janela marrom

nunca olhei tanto pra uma janela na esperança de encontrar alguém, é como se cada passar de olho naquela janela marrom fosse a única chance de te ver naquele dia, fosse a única chance (e última) que eu teria de te encontrar, de te ter de volta. engraçado que eu nunca esperei isso de mim, essa obsessão toda por um olhar, por um só abraço, sinto saudade daquilo que a gente não conseguiu ser um para o outro, por culpa minha. você tentou tanto, e eu nem se quer me esforcei pra entender aquele sentimento, porque na verdade eu tenho medo do que posso, do que consigo sentir por alguém, e no final não adiantou de nada te afastar, porque tudo aquilo que eu me tremia de medo de sentir, se aflorou, mas eu já não tinha mais você pra contar isso. e você não tem se quer 0,1% de culpa nisso tudo, foi só o meu medo, foram meus traumas que me impediram de te ouvir dizer que me amava, me impediram de olhar no seu olhar fresco. eu tenho saudade daquilo que eu impedi que nós fossemos. você tinha razão quando disse que as pessoas não estariam sempre a minha disposição, eu aprendi de uma forma não muito amável, mas aprendi. espero fielmente que você seja extremamente feliz, e expulse todos os monstros que moram na sua mente dos quais eu sempre te ouvia falar, e tenha a paz que tanto deseja, seja em um lugar, uma profissão, ou um amor... o mundo é todo seu, e só lamento por não fazer mais parte disso. mas foram escolhas, agora eu que lute contra as consequências pra não sofrer. você me disse que nunca podemos dizer nunca, então eu espero que algum dia o mundo gire ao meu favor. amanhã ainda vou estar olhando pra janela marrom procurando seus olhos. boa vida.