Já era madrugada, no relógio marcavam 01:43 AM, o som da chuva do lado de fora da janela e do lado de dentro o silêncio da saudade. - Ta aí? - vibrou no celular Talvez não estivesse de fato, mas respondeu que sim. - Ouvi alguns trovões, ainda sente medo? - Medo é escolha! - disse, sem ter certeza. - Como tem tanta certeza? - Só tenho rs - engoliu a seco, quando percebeu que já não falava mais com insegurança. Após alguns segundos com a palavra "digitando..." no topo da conversa, surge uma nova mensagem. - Você ainda gosta de cerveja né? Que tal sairmos algum dia desses? Com a tela do celular, frente a frente no rosto, em plena madrugada, com um pijama de bolinhas, e um coração em cicatrização, respondeu: - De cerveja sim, mas de companhia já não sei... "no mesmo instante" - Você mudou, não é mais a mesma - Sim. Já nem sinto mais medo de trovão. E você? Ainda sofre com o escuro? Daquela mensagem em diante, eles já não se falaram mais, não se responderam...
Algumas coisas não tem explicação e nós tentamos fugir delas, mas as vezes as respostas estão do outro lado, do seu outro eu.